domingo, 8 de abril de 2018





O reino Kef


Muitas lendas e histórias à respeito de andarilhos  e saltimbancos  tem  sido contados. Muitas tem caído no esquecimento e se perdido por   falta de registros adequados.É do saber  público a fama destes seres nômades que acumulam grande experiência devido ao fato do  muito viajar ,sempre  seguindo a ausência de rumo,o que lhes traz  uma característica peculiar de estar a mercê de um “sei lá o que”,do seguir sem ter rumos certos,muitos chamam isso de destino.Mas nem tudo se perde, alguns andarilhos  destes que no passado eram mais abundantes, ainda podem relatar  passagens que bem  estariam ao lado que qualquer obra de Cervantes em um biblioteca.Chegamos a história de Sana ou melhor diríamos  uma história contada por Sana, ou como queiram.Sana era um mercador ,um viajante,era no fundo um “Mais um” a andar e experimentar minuciosamente cada minuto de experiência  diária, como sendo única.

Conta este ser que após ter passado e vivido em muitos  reinos chegou certa vez ao reino de “kef” ,no qual encontrou peculiar vivência a qual tanto lhe impressionou, chegando a ponto de registrá-la em seu diário para assuntos relevantes.Logo ao chegar nas entradas da cidade notou o velho Sana, algo incomum e apesar de estar em hora adiantada a noite ,haviam pessoas cochichando aqui e acolá,mulheres e homens pelas esquinas,debaixo das sombras das árvores,nas sacadas das casas,todos a debater e conversar sobre algo que parecia ser importante.Não viu o Viajante naquela situação  nenhuma situação grave  como em batalhas campais e fugas em massa como já havia presenciado em suas jornadas mas sim algo que inquietava as pessoas.Logo nas entradas daquela cidade  se deparou com um “barzeiro” dono de um armazém de secos e molhados ,o qual logo começou a narrar sobre o motivo dos comentários.

Disse o homem: Estamos sem governador e o desespero toma conta de nossos cidadãos.

Os nobres estão em conflito entre si.Nosso governador  saiu a dias para caçar e desapareceu.

Muitos dizem que está  morto ou foi capturado pelos  bárbaros das florestas.

Sana ouvia tudo atentamente e não pode deixar de perceber o grande fervor  que afligia aquelas pessoas,uns preocupados com suas criações de bois,outros preocupados com suas criações de porcos,outros com seus negócios de vendas,alimentos,tecidos,etc...A preocupação e o desassossego  se estampavam nas caras daquelas pessoas dos tempos idos.Este relato esta contido ou relatado nas “Crônicas do velho Sana” ,escrita antiga do seu diário de vivências, o qual tenho em mãos agora.A fim de não tomar demasiado tempo de nossos leitores resumirei agora o conteúdo desta passagem lida no diário:



“Havia naquele reino sumido o governador e após vários dias de grandes buscas infrutíferas  os nobres entraram um uma pugna para decidir como e quem seria o sucessor.Fato que já beirava o conflito pois cegados pelo poder muitos nobres já se reunião em secreto para tramar a tomada do palácio e ter a governança à força.Haviam muito nobres 8,9,12,15....ao certo ninguém sabia quantos.Vendo a crise instalada os conselheiros,arquitetos,patrões,anciãos,chefes de guarda e sacerdotes se reuniram para buscar soluções para o seu reino.Consta no manuscrito que após muitas horas de estudos  e estratégias debatidas e estudadas foi estudada seriamente pela maioria a sugestão de um velho alquimista que raramente falava,mas que tinha exposto uma idéia interessante.Sugeriu o homem:

Nós éramos próximos de nosso governante e nossa população não tem idéia nem maturidade para entender sobre as coisas que aqui tratávamos com nosso sumido governante. É nosso dever achar uma solução para o bem do reino. Caso não tenhamos sucesso,em breve virão o distúrbio,a confusão,o medo,a ausência de ordem e a fome.Sugiro o seguinte plano:

Temos muitos nobres que se sentem capazes de governar. Sabemos que a maior parte destas pessoas é arrogante e tem  somente sede de poder,não tendo as características necessárias para serem governadores.Mas são filhos de nobres,se falamos isso criaremos mais problemas ao invés de resolvê-los.Façamos o seguinte, Uniremos nossas forças,pois nós temos grande poder,aos dois nobres mais ” preparados” para Governar.Vamos organizar maneiras de derrubar um por um, os iludidos,os gananciosos,os  muito novos,os que querem o poder por arrogância e todos os demais exceto nossos dois nobres melhores preparados.Ao vencermos os que “atrapalhariam o reino”deixaremos em disputa de cavalheiros os dois nobres mais experientes e que vença o melhor.Qualquer um que vença estaremos bem governados.Um duelo justo e dentro da regras da cavalaria, entre os dois melhores é o que proponho disse o velho alquimista.Então um assistente da ata de reuniões disse:Bom,precisamos chegar a um  bom termo,duas partes precisam concordar ,Nós todos  precisamos  concordar, senão não será possível acionarmos o plano.E os dois nobres, precisam concordar ou saber disto?Então ouve um murmúrio geral na sala de reuniões e pouco se entendia com muitas vozes falando  e balbuciando palavras incompreensíveis ao mesmo tempo.Logo  ficou claro que alguns  participantes já tinham planos específicos para apoiar um governante apenas e outros da reunião pensavam em apoiar  outro nobre.Então por um período de algumas horas ouve debates e propostas de acordos.Ao chegar esta etapa os escritos do diário do  viajante velho Sana, estão rasurados ,as últimas palavras legíveis dão conta que ouve acalorado debate e que ao fim se chegou ao resultado  final.Nas páginas seguintes conta-se que um novo governante veio a governar ,que tudo voltou a normalidade no reino,que o que tinha que acontecer aconteceu e que as pessoas cada qual voltou ao seu trabalho.No final desta crônica se Lê um comentário do velho Sanat, o antigo: “Se não tivesse havido a reunião o Governante  seria o mesmo”.

Assim encerra-se esta pequena crônica a lá mil e uma noites!

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