O reino Kef
Muitas lendas
e histórias à respeito de andarilhos e
saltimbancos tem sido contados. Muitas tem caído no esquecimento
e se perdido por falta de registros adequados.É do saber público a fama destes seres nômades que
acumulam grande experiência devido ao fato do
muito viajar ,sempre seguindo a ausência
de rumo,o que lhes traz uma característica
peculiar de estar a mercê de um “sei lá o que”,do seguir sem ter rumos
certos,muitos chamam isso de destino.Mas nem tudo se perde, alguns andarilhos destes que no passado eram mais abundantes, ainda
podem relatar passagens que bem estariam ao lado que qualquer obra de Cervantes
em um biblioteca.Chegamos a história de Sana ou melhor diríamos uma história contada por Sana, ou como queiram.Sana
era um mercador ,um viajante,era no fundo um “Mais um” a andar e experimentar minuciosamente
cada minuto de experiência diária, como
sendo única.
Conta este
ser que após ter passado e vivido em muitos reinos chegou certa vez ao reino de “kef” ,no
qual encontrou peculiar vivência a qual tanto lhe impressionou, chegando a
ponto de registrá-la em seu diário para assuntos relevantes.Logo ao chegar nas
entradas da cidade notou o velho Sana, algo incomum e apesar de estar em hora
adiantada a noite ,haviam pessoas cochichando aqui e acolá,mulheres e homens
pelas esquinas,debaixo das sombras das árvores,nas sacadas das casas,todos a
debater e conversar sobre algo que parecia ser importante.Não viu o Viajante
naquela situação nenhuma situação
grave como em batalhas campais e fugas
em massa como já havia presenciado em suas jornadas mas sim algo que inquietava
as pessoas.Logo nas entradas daquela cidade se deparou com um “barzeiro” dono de um armazém
de secos e molhados ,o qual logo começou a narrar sobre o motivo dos comentários.
Disse o
homem: Estamos sem governador e o desespero toma conta de nossos cidadãos.
Os nobres
estão em conflito entre si.Nosso governador saiu a dias para caçar e desapareceu.
Muitos dizem
que está morto ou foi capturado pelos bárbaros das florestas.
Sana ouvia
tudo atentamente e não pode deixar de perceber o grande fervor que afligia aquelas pessoas,uns preocupados
com suas criações de bois,outros preocupados com suas criações de porcos,outros
com seus negócios de vendas,alimentos,tecidos,etc...A preocupação e o
desassossego se estampavam nas caras
daquelas pessoas dos tempos idos.Este relato esta contido ou relatado nas “Crônicas
do velho Sana” ,escrita antiga do seu diário de vivências, o qual tenho em mãos
agora.A fim de não tomar demasiado tempo de nossos leitores resumirei agora o
conteúdo desta passagem lida no diário:
“Havia naquele reino sumido o
governador e após vários dias de grandes buscas infrutíferas os nobres entraram um uma pugna para decidir
como e quem seria o sucessor.Fato que já beirava o conflito pois cegados pelo
poder muitos nobres já se reunião em secreto para tramar a tomada do palácio e
ter a governança à força.Haviam muito nobres 8,9,12,15....ao certo ninguém
sabia quantos.Vendo a crise instalada os conselheiros,arquitetos,patrões,anciãos,chefes
de guarda e sacerdotes se reuniram para buscar soluções para o seu reino.Consta
no manuscrito que após muitas horas de estudos
e estratégias debatidas e estudadas foi estudada seriamente pela maioria
a sugestão de um velho alquimista que raramente falava,mas que tinha exposto
uma idéia interessante.Sugeriu o homem:
Nós éramos próximos de nosso
governante e nossa população não tem idéia nem maturidade para entender sobre
as coisas que aqui tratávamos com nosso sumido governante. É nosso dever achar
uma solução para o bem do reino. Caso não tenhamos sucesso,em breve virão o distúrbio,a
confusão,o medo,a ausência de ordem e a fome.Sugiro o seguinte plano:
Temos muitos nobres que se sentem capazes
de governar. Sabemos que a maior parte destas pessoas é arrogante e tem somente sede de poder,não tendo as características
necessárias para serem governadores.Mas são filhos de nobres,se falamos isso
criaremos mais problemas ao invés de resolvê-los.Façamos o seguinte, Uniremos
nossas forças,pois nós temos grande poder,aos dois nobres mais ” preparados”
para Governar.Vamos organizar maneiras de derrubar um por um, os iludidos,os
gananciosos,os muito novos,os que querem
o poder por arrogância e todos os demais exceto nossos dois nobres melhores
preparados.Ao vencermos os que “atrapalhariam o reino”deixaremos em disputa de
cavalheiros os dois nobres mais experientes e que vença o melhor.Qualquer um
que vença estaremos bem governados.Um duelo justo e dentro da regras da
cavalaria, entre os dois melhores é o que proponho disse o velho alquimista.Então
um assistente da ata de reuniões disse:Bom,precisamos chegar a um bom termo,duas partes precisam concordar ,Nós
todos precisamos concordar, senão não será possível acionarmos
o plano.E os dois nobres, precisam concordar ou saber disto?Então ouve um
murmúrio geral na sala de reuniões e pouco se entendia com muitas vozes
falando e balbuciando palavras
incompreensíveis ao mesmo tempo.Logo ficou claro que alguns participantes já tinham planos específicos
para apoiar um governante apenas e outros da reunião pensavam em apoiar outro nobre.Então por um período de algumas
horas ouve debates e propostas de acordos.Ao chegar esta etapa os escritos do diário
do viajante velho Sana, estão rasurados
,as últimas palavras legíveis dão conta que ouve acalorado debate e que ao fim
se chegou ao resultado final.Nas páginas
seguintes conta-se que um novo governante veio a governar ,que tudo voltou a
normalidade no reino,que o que tinha que acontecer aconteceu e que as pessoas
cada qual voltou ao seu trabalho.No final desta crônica se Lê um comentário do
velho Sanat, o antigo: “Se não tivesse havido a reunião o Governante seria o mesmo”.
Assim encerra-se esta pequena crônica
a lá mil e uma noites!
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